quinta-feira, abril 7

Pre(re)paração




Tocaremos o nosso barco em frente e atravessaremos o oceano, navegando por entre tempestades em noites escuras até o fim do mundo, se for necessário. O nosso fim do mundo. Não é mais necessário porque saberemos então que todo fim encontra-se em volta da circunferência inicial. Não teremos medo. Por mais que nossos olhos possam transparecer o quanto tememos ter que remar sozinho, não teremos medo. Eu quero chegar ao meu porto seguro com velas de cetim, a viagem tem durado tanto tempo que o meu barco já está azul do mar. Nos camuflaremos por entre as vírgulas e esqueceremos do ponto final. Precisamos nos afogar em nossa vastidão e experimentar o que é nosso por direito de ser. Sou a chuva tempestiva, a ventania solta e não temo o escuro da noite. Seremos fortes o suficiente para não temer pisar em nossa sombra. E se olharmos para cima veremos o mar cair sobre nossas cabeças. A(mar) e conhecer a dimensão do horizonte. Encontrar-ancorar.


2 comentários:

Anônimo disse...

U KNOW !!!

Lud disse...

Arrepiei! Poesia fina e delicada! lindo! ^.^