sexta-feira, julho 29

Meu estar...

Sei que estou errando, que sou o avesso a minha aversão, mas é que tenho o desejo do imprevisível e do improvável... tenho um desejo ardente que faz com que eu erre, sempre que quero acertar no alvo do meu coração que acerto, no fim das contas é ele que fica sangrando, no fim das contas quem paga o pato sou eu. Sempre sento na beirada da mesa e não tenho mais saco para aquela piadinha infame. Mudei tantas vezes, a coloração do cabelo, de lugar, de maquiagem, tantas vezes que perdi a pele, mudei de corpo. Hoje eu sou vulgo, a minha autenticidade é a vulgaridade alheia. O meu vulgo é o seu estar. Sei como é ser você tirado das suas próprias entranhas. Busco corromper os laços do meu desejo insano de ser, porque eu busco e por isso eu não encontro. Já enlacei meu estômago tão forte que ficou difícil respirar. Não sinto mais tanta dor. O que eu sinto é um desejo errante de vomitar minha alma, apalpá-la e botá-la dentro de uma redoma. Todos os dias eu quero cutucá-la e dizer: "vem, que hoje eu estou pronta".