sexta-feira, julho 29

Meu estar...

Sei que estou errando, que sou o avesso a minha aversão, mas é que tenho o desejo do imprevisível e do improvável... tenho um desejo ardente que faz com que eu erre, sempre que quero acertar no alvo do meu coração que acerto, no fim das contas é ele que fica sangrando, no fim das contas quem paga o pato sou eu. Sempre sento na beirada da mesa e não tenho mais saco para aquela piadinha infame. Mudei tantas vezes, a coloração do cabelo, de lugar, de maquiagem, tantas vezes que perdi a pele, mudei de corpo. Hoje eu sou vulgo, a minha autenticidade é a vulgaridade alheia. O meu vulgo é o seu estar. Sei como é ser você tirado das suas próprias entranhas. Busco corromper os laços do meu desejo insano de ser, porque eu busco e por isso eu não encontro. Já enlacei meu estômago tão forte que ficou difícil respirar. Não sinto mais tanta dor. O que eu sinto é um desejo errante de vomitar minha alma, apalpá-la e botá-la dentro de uma redoma. Todos os dias eu quero cutucá-la e dizer: "vem, que hoje eu estou pronta".

4 comentários:

Ester Malafaia disse...

Nossa. Que texto ótimo. Gosto desse jeito subjetivo de ver a vida. Rs. Abraço.

Lud disse...

Se tem alguma coisa a ser dita é reticente...
Acho que nunca estarei tão pronta assim para ficar frente a frente com minha alma.
=)
Linda!

Anônimo disse...

alow

mgylin disse...

Onde você escreve agora?